Tratar da infância em suas diversas perspectivas e pensar como as crianças estão inseridas na cidade foi o tema central da mostra fotográfica “Infâncias Urbanas”. A exposição é projeto final de “Infâncias Urbanas e Cidade”, disciplina optativa experimental do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFS, ministrada pela professora Robertha Barros.
“Eles, como estudantes de Arquitetura, viram a possibilidade de se aprofundar sobre a criança, que é um segmento importante da nossa população e que estão na cidade que eles estão planejando. Eu quis que eles fossem a campo fazer uma pesquisa empírica e a fotografia foi o elemento que eles me trouxeram”, explica a professora.
A ideia de trabalhar com tema da infância surgiu a partir de uma discussão coletiva em sala de aula e após essa etapa, os estudantes se dividiram em cinco grupos com abordagens específicas sobre o tema. Trazendo o objetivo de retratar esse olhar do estudante de arquitetura para a criança urbana, a mostra, com cerca de 50 fotos, fica exposta no campus de Laranjeiras da UFS até o final do semestre.
Após esse prazo, a proposta de Robertha é levar o trabalho fotográfico para outro espaço e ultrapassar o limite da sala de aula. “É como a universidade se dá de forma mais plena: conhecendo seu entorno e levando conhecimento de dentro para a população em geral, que é a grande interessada. [...] A ideia é de expor na Casa de Extensão da UFS, no centro de Laranjeiras, porque é um espaço que fica de portas abertas. Quando a gente leva as fotos para a rua também gera um impacto bem bacana”, afirma.
E para quem fez parte do projeto, a união da fotografia com arquitetura para debater problemáticas levantadas durante a disciplina foi uma boa surpresa. Matheus Batista, 22, é aluno 9º período de Arquitetura e Urbanismo e viu na atividade uma oportunidade de repensar a prática de sua futura profissão.
“Quando a gente fala de arquitetura, a gente fala mais sobre prédio, projetar casa para adultos e a gente esquece que a criança também está inserida na cidade. Eu acho que o olhar do arquiteto tem a ver com a fotografia e o olhar do fotografo tem a ver com a arquitetura, já que, querendo ou não, você consegue enxergar ali a noção de perspectiva e proporção. Então cabe juntar as duas coisas com o tema de infância e eu achei muito massa”.
Além das fotografias, o início da mostra contou com uma roda de poesia e teve a presença de Kian Lemos, 22, participante de coletivos culturais periféricos. “Eu achei muito bacana porque traz a diversidade. A gente sabe que o nosso país tem uma segregação financeira muito grande e as fotos trazem desde o espaço para crianças na 13 de Julho, até as crianças de uma ocupação por moradia na Barra dos Coqueiros. A exposição mostra a realidade das crianças e como elas se divertem, então é bem interessante e é necessário a gente começar a debater sobre isso”, afirma Kian.
Ascom
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